Você tem o nariz da sua mãe, o cabelo do seu pai, aquela pinta da sua avó. Ou seja, há uma genealogia falando do passado, no seu corpo. Também no seu trabalho artístico, haverá marcas daqueles que te inspiraram. Para ser “marcado”, não fique aí esperando estudar na melhor escola de artes de outro país, ou se lamentando por nunca poder ter esse sonho. Os melhores artistas tinham o autodidatismo.
Compre livros, acesse palestras no Youtube, faça cursos pocket, vá a palestras, visite museus. Faça o que está ao seu alcance para construir sua árvore de referências, não espere o impossível. Até porque você pode se dar conta que seus heróis já morreram e não vai conseguir assistir a uma palestra deles. Não sei se você, como eu, é apaixonado por artistas que já se foram e verdadeiramente tocam sua alma quando ouve sua música, vê seu quadro ou lê seus poemas.
Gaste horas devorando-os, torne-se íntimo de seus trabalhos. Até que encontrará alguns com quem se identifica tanto que perceberá que seu texto cada vez flui melhor e mais fácil. E não se envergonhe disso. “Arte é furto”, dizia Pablo Picasso. Todos treinaram os primeiros passos da sua escrita ou pinceladas olhando para um aspiracional acima. Até que, num dado momento, você está tão maduro para voar sozinho, que imprimirá sua marca própria, aquilo que faz os outros reconhecerem que é uma obra sua, mesmo que não haja veja imediatamente seu nome.
Eu procuro ler mais autoras que tem um estilo no qual sinto mais facilidade de produzir. (Também acompanho outras obras diferentes disso.) Mas, como artista moderno, você tem pouco tempo, então, seja seletivo na era da super informação. Não dá para apreender tudo, busque o que lhe ajudará a ser melhor e mais inspirado. Mas, caminhe pelos outros segmentos de arte semelhante. Por exemplo, como eu curto livros de comédia romântica, eu gosto de ir a peças bem humoradas e vejo seriados nesta temática. Nem se fala dos filmes que consumo nas horas vagas e me deixam morrendo de vontade de começar a escrever.
“Comece copiando o que você ama. Copie, Copie, Copie, Copie. Ao final da cópia, você encontrará a si mesmo”, dizia Yohji Yamamoto. Copiar não é plajear e usar um trecho de outro sem créditos. Queremos dizer aqui seguir o “mesmo ritmo”, o “mesmo estilo literário”, a “mesma pegada” artística.
Até quando está longe da caneta e do teclado, você está produzindo, porque a inspiração é parte do processo de criar. Sem ócio criativo, você vai ter excesso de produção sob níveis de estresse. É necessário arejar a mente e dar uma bagunçada nos seus preconceitos. Outras obras de arte podem te encher de perguntas. Sim, tenha muitas indagações e aprenda a sofrer com elas até que seus livros tragam algumas respostas para seus leitores.
Sério, seu caderninho é o seu melhor amigo. Anda com você forever. Anote tudo, qualquer rabisco. E deixe sua cabecinha fresca para não ter que lembrar disso e se ocupar com a próxima observação.
Tenha seus mestres com carinho como seus pais e heróis. Esse é o passo para saber qual é sua identidade artística.
Compartilhe conosco quais foram e são suas referências?
Volto no próximo post com mais um pouco dos bastidores da criação. Quer dar sugestão de post, participe!
*Por Li Mendi, embaixadora do Widbook, escritora, jornalista, publicitária e louca por literatura. Siga a autora no Widbook e conheça os seus livros!
Oii, tudo bem?
ResponderExcluirA vida de uma escritora é realmente bem movimentada rsrs, eu adorei conhecer um pouco mais sobre a menta e a rotina de uma escritora, e espero mais textos assim.
www.fonte-da-leitura.blogspot.com.br
Oiee ^^
ResponderExcluirQuando escrevo um texto ou até mesmo o livro que comecei, sempre acabo me inspirando em histórias que eu já conheço e até mesmo nas pessoas ao redor. Acho bem bacana fazer um personagem para alguém que a gente conhece :)
MilkMilks
http://shakedepalavras.blogspot.com.br
Oi Li e Janaína, tudo bem com vocês?
ResponderExcluirEu acredito que nós somos a junção de tudo o que vivemos, experimentamos, de pessoas que conhecemos, de lugares que vimos. Mas somos singulares. Então, para mim, uma humilde leitora, não sou escritora e nem aspirante, gosto só de ler mesmo, acho que a história está dentro do autor. Posso ser ingênua, mas não consigo imaginar ele indo lá fora buscar nos outros o que ele vai escrever. Pois para a história passar verdade, ele tem que procurar dentro dele o que ele vai escrever. Inspiração não é o outro, inspiração é a sua visão do outro.
beijinhos.
cila.
http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/
Olá... tudo bem??
ResponderExcluirAdorei esse texto... eu sou uma observadora nata... quando não estou lendo em determinado lugar, ando observando as pessoas e seus gestos... nada mais incrível de que olhá-las sem que elas percebam... as coisas saem naturalmente.... Eu sou dessas que rabisco tudo... preciso estar sempre com algo para escrever... sou daquelas que escreve texto de coisas mais simples.... mas que a inspiração vem da maneira mais inusitada possível... Xero!
Olá! Adorei o texto. Eu não costumo escrever histórias ficcionais, mas mesmo para o tipo de texto que estou acostumada a escrever, o jornalístico, as referências são extremamente importantes. Inclusive, esse é um dos pontos mais evidenciados na faculdade. É preciso ter inúmeras referências para construir boas relações. Beijos!
ResponderExcluir